quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vampiro 2: A Pequena

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Quando vi aquela foto que Vans me mostrou, fiquei boquiaberta, não conseguindo acreditar no que via.
Ah, Vans é aquele cara pirado que me avisou no meio da rua para eu não abrir a porta para estranho, se lembram?Então, depois daquele incidente com o meu primeiro vampiro, ele se tornara meu tutor, mas isso depois eu conto...
Como disse, eu havia ficado boquiaberta. A pessoa que estampava aquela fotografia era uma menininha linda, aparentando não ter mais do que dez anos. Era loira cabelos cacheados e pele branca como porcelana.
Eu me virei pra ele e perguntei:
--Tem certeza?
--Tenho. Você não deve se enganar com as aparências, minha cara... Nesse mundo em que vivemos tudo pode enganar.
Respirei, pois no fundo ainda não conseguia acreditar. Uma criança como aquela, uma vampira sendo também, a mais perigosa?
Não conseguia acreditar...

                                            ***
Vans tinha passado as coordenadas de onde eu encontraria a pequena vampira e a sua horda. Ficava numa fábrica desativada, ao lado dum cassino clandestino que segundo Vans, pertencia a ela, a vampira.
Trazia comigo o equipamento necessário para exterminar qualquer vampiro. Orbes de luz ultravioleta, meia dúzia de estacas e meu corpo. Sim, meu corpo. Se você não estiver em plena forma física você é morta num piscar de olhos.
 Tinha vários seguranças rondando o lugar. Tinha de encontrar uma forma de distraí-los.
Mas como?
Foi então que uma ideia lampejou em meu cérebro...

***
--Olá, você pode me ajudar?—disse levantando um pouco a saia rosa, deixando a mostra minha coxa branca e pálida.
--Posso... —respondeu um dos guardas com olhos que faltavam saltar da cara como num daqueles desenhos animados com coiotes.
--É que meu carro quebrou num beco escuro logo ali... —disse apontando na direção imaginada. —E você é forte, pensei que você pudesse me ajudar...
Nessa parte fiquei olhando para o ombro musculoso dele. Realmente ele era muito forte. Se algo desse errado, estaria frita.
--Mas é claro que posso ajudar—respondeu com malicia. O sorriso dele ia de orelha a orelha.
Eu peguei na mão dele e o levei no beco onde estava meu suposto carro. Era noite e como em outras partes de São Paulo, o poste de luz ali, estava quebrado.
--Então?Cadê o carro?—pergunta ele.
--Ih, acho que roubaram ele!!—digo com a voz meio infantilizada.
Ele sorriu. Fui à direção dele encostando-o na parede. Insinuei que ia dar um beijo nele, mas não fiz.
Queria deixá-lo excitado apenas...
Dou dois beijos na nuca dele e vou me agachando...
E sem que ele percebesse o que tivesse lhe matado, saco a estaca atrás de minhas costas e a enfio em seu peito com toda força que consegui.
Ri pra ele e antes que se desmanchasse em cinzas pude ouvi-lo dizer:
--Vaca!
Agora faltava mais um. Pego da minha sacola de equipamentos jogada a um canto nas sombras.

***
--Oi!O senhor deseja comprar algum cosmético da Joqueti?
 --Não.
--Aproveita que está na promoção!!
--Já disse que não quero!
--O. K. Então aceita esse brinde?
--O quê...?
Antes que ele conseguisse notar, a estaca furava seu peito fazendo-o, como o outro, desmanchar em cinzas.
O pior de tudo era o cheiro que eles deixavam, no ar. Um cheiro de ovo podre ou o famoso cheiro de enxofre.
Bem agora faltava a pequena vampira...
Tiro a foto da menina do bolso e entro no galpão...

***
--Olá, Simone, como vai?—disse uma voz infantil  cortando a escuridão.
A fábrica estava mergulhada nas trevas. Não conseguia ver nada. Era como se tivesse ficado cega.
--Não, se preocupe, não vou te matar... Por enquanto — falou a voz infantil explodindo, em seguida, em risos.
--Por que você não se mostra?—digo buscando uma estaca na bolsa.
--Eu não sou imbecil!
--Como você sabe meu nome?
--Nós vampiros, temos nossos meios também.
Pude ouvir o som de seus sapatinhos no piso da fábrica ecoar.        
Já que eu não consegui, vê-la. Eu tinha de me concentrar nos meus outros sentidos.
Fecho os olhos.
Tento localizá-la através de minha audição. Procurava calcular a distancia em que estava através do som de seus passos.
Tec-tec, fazia seu salto cada vez mais próximo.
--Que foi?Decidiu se entregar?
Tec-tec,Tec-tec-tec, Tec-tec-tec-tec
Agora ela estava correndo.
Mais um pouco, só mais um pouquinho...
Tec-tec-tec-tec-tec-tec-tec-tec...
--Qual sua última palavra?—disse ela gritando.
--Vai pro inferno!!!—berrei acertando resposta a estaca em seu coraçãozinho. Senti quando ela segurou minha mão enquanto eu afundava mais e mais a estaca nela.
--Como?—interrogou surpresa.
--No mundo em que vivemos, querida, tudo pode enganar...

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